Romance com a lua
- Raphael Ramos

- 23 de set. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2021
Não invejava a lua do céu em nenhuma grama
Pois tinha duas em uma, perpetuamente cheias, na cama.
Atraindo-me com uma gravidade vil
Não importava o quanto eu afastasse o quadril.
Em epítome, a conheço de vários anos
Seu nome? Perguntei somente em sonhos.
Mas também minha boca apenas a clamava
Enquanto a dela vivia sempre ocupada.
Toda noite era uma rotina, porém inovadora
Uma hora era a vítima, em outra a devoradora.
Essa troca de cargos em todas as noites eram êxtase
E quando era dia criávamos um eclipse.
Em suas crateras profundas mergulhava sem piedade
Era estimulante quando me acusava de maldade.
Não gastávamos minutos nem horas, mas dias
Quando nossos corpos cessavam de cansaço, esvaia-se as alegrias.
Mas de suor, lágrimas e gemidos originou-se vida pródiga
Por isso lancei um último foguete em sua órbita.
Como colonizador voltei de uma missão histórica voluntária
O sistema solar inteiro já tinha uma de minhas pegadas.
Passei a invejar totalmente a lua do céu com olhar sério
Perguntava se eras apenas ela estéril.
A outra questionou porque eras desconhecida em meu semblante.
Mas a disse quem nem sabia vosso nome.












































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